Os dias atuais têm gerado inúmeras dúvidas no ser humano. O que ontem parecia irreal, absurdo, impossível, hoje já nos é normal, corriqueiro ...
A vida da gente anda cada vez mais corrida. Trabalho, casa, trabalho, casa, algum tempo com os amigos, pausa para respirar e tomar um banho, dez minutinhos para ligar e ver como vai sua mãe. E depois segue o baile: tem que organizar a casa, os armários, as gavetas, os relatórios, as estantes, o lixo, a vida. Procuramos um restinho de tempo pelas frestas. Com sorte, ainda existe um cinema, teatro, algum lazer. No meio disso tudo, assim, de lambuja e gaiato, entra a proteção.
Andamos cada vez mais armados e protegidos. Quem já não levou um pé na bunda? Quem já não se enganou feio com um amigo? Quem não tem medo de sofrer mais uma vez? Quem não fica receoso quando vê que tudo está dando certo demais? É, a vida vai nos endurecendo. A gente nasce livre, puro, ingênuo, acreditando. Tomamos uma, duas, três, vamos colocando um capuz, um escudo, uma armadura. E salve-se quem puder.
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